sábado, 18 de dezembro de 2010

Adptações de raizes em ambientes alagados.

Estratégias de sobrevivência de árvores ao alagamento:um estudo de caso do Branquilho

Sebastiania commersoniana , pertencente à família Euphorbiaceae , é
popularmente conhecida como Branquilho.Ela sobrevive onde poucas outras
 conseguem se estabelecer. Para isso, usa estratégias:
ü    Morfo-anatômicas;
ü    Fisiológicas.
 Para sobreviver em locais alagados, onde a maioria das árvores e
outras plantas não podem respirar.
 Alguns ambientes, por possuírem um ou mais fatores que dificultam a
 sobrevivência das espécies, são potencialmente mais seletivos.
Estudos mostram que quanto maior o tempo de alagamento da floresta,
mais seletivo é o ambiente e menor será sua diversidade de espécies
de árvores, pois são poucas as que conseguem viver sob alagamento
(Figura 1).
Figura 1. Árvore adaptada ao excesso de água em uma floresta alagada
(foto: Ana Carolina da Silva).

Adaptações das espécies de árvores ao alagamento

Algumas espécies de árvores desenvolveram mecanismos de
adaptação à condição de alagamento.Essas adaptações podem ser
classificadas em três categorias básicas:
v   Fisiológicas;
v   Morfo-anatômicas;
v  Etológicas.
As adaptações fisiológicas estão relacionadas às mudanças que interferem no
metabolismo da espécie. A falta de oxigênio no solo durante o alagamento
selecionou espécies de árvores com mecanismos que permitem a
manutenção de seu crescimento ou impedem a perda de biomassa durante esse
Período.
Durante o alagamento, as raízes perdem a capacidade de absorver água
devido à deficiência de oxigênio, fazendo com que a árvore,
paradoxalmente, morra por falta de água.
Com o fechamento estomático ou a perda de folhas as árvores deixam
de transpirar e, assim, de perder água, evitando sua morte.
As adaptações morfo-anatômicas são outro tipo de adaptação
muito comum em espécies de árvores sob alagamento e estão
relacionadas às mudanças na estrutura de órgãos e tecidos da
árvore.
 É o aumento do número e do tamanho das lenticelas;
 A formação de raízes adventícias e superficiais;
 As estruturas aéreas chamadas de rizóforos ou pneumatóforos;
Aumento da capacidade de brotação de algumas espécies;
 Estruturas conhecidas como sapopemas, também conhecidas como
raízes tabulares.
Adaptações etológicas Entre elas citam-se duas importantes,
 que é o amadurecimento e a dispersão de frutos ou
 sementes durante o alagamento ou durante o período seco.
Estudos demonstraram que Sebastiania commersoniana não perde massa seca e
nem morre sob alagamento, sugerindo que a espécie é capaz sobreviver em
condições de baixa concentração de oxigênio devido a adaptações
morfo-anatômica e fisiológica nesta espécie, que permitem a sobrevivência
durante o alagamento e o retorno do seu crescimento após este período .
Essa Espécie é adaptada para suportar o alagamento, sendo assim  um elemento
chave para a manutenção e a conservação de ecossistemas florestais alagáveis.
O uso adequado destas espécies representa uma importante estratégia
para a recuperação de áreas degradas.

Imagens das Raizes

Raiz Superficial
Raiz Adventícia

Fonte Figura 3. Sebastiania commersoniana perfilhada. Se um caule morre devido ao alagamento,como o que está no meio na foto, outros brotam (caules laterais) permitindo a sobrevivência da árvore (foto: Ana Carolina da Silva. ).

Esse artigo foi retirado da revista espiral. Os autores do artigo são Matheus Henrique Nunes;Ana Carolina da Silva; Pedro Higuchi;Eduardo van den Berg.

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